VI Encontro Diocesano das Cáritas Paroquiais
“Como podemos então marcar este tempo de Jubileu, este Ano Santo, para que não seja mais um ano simplesmente a ajudar o próximo?”, questionou o sacerdote António Moitinho que foi o convidado do VI Encontro Diocesano das Cáritas Paroquiais, realizado em Faro, nas instalações da Cáritas Diocesana do Algarve.
“Cada um é convidado a viver o Jubileu, reforçando o amor ao próximo, a gratidão e o serviço. O amor ao próximo, não neste sentido simplesmente do habitual, do dia-a-dia, mas no sentido de reforçar que este é um tempo especial de graça”, respondeu, advertindo sobretudo para o risco de o Ano Jubilar “passar um bocadinho ao lado” se for “muito difícil distinguir a ação diária da do tempo jubilar”.
O padre António Moitinho juntou ainda quatro desafios que defendeu deverem ser abraçados por aqueles que se dedicam à pastoral sociocaritativa. “Sentir compaixão por cada um daqueles que procuram ajuda”; “Promover o sentido comunitário como grupo de voluntários da Cáritas e dar a conhecer a missão à comunidade”; “Dar a conhecer ao povo verdadeiramente que a Cáritas não é só simplesmente um departamento que dá e as pessoas vão lá buscar”; “Promover em todos os cristãos o compromisso da defesa da dignidade da pessoa, de forma especial, os mais pobres e vulneráveis, com o convite à conversão na comunidade”, enumerou.
O encontro deste ano das Cáritas Paroquiais do Algarve realçou que “a Cáritas é a animadora e coordenadora da caridade na comunidade paroquial”. A ideia foi deixada pelo presidente da Cáritas Diocesana do Algarve que se fundamentou no Motu Próprio ‘Intima Ecclesiae natura’, do Papa Bento XVI, sobre o serviço da caridade.
Carlos de Oliveira destacou que o documento “insta o bispo à criação de um serviço de Cáritas Paroquial” e defendeu que este deverá trabalhar em rede quer com a Cáritas Diocesana, quer com as Cáritas das outras paróquias, “quer com outras realidades eclesiais para se conseguir uma maior coordenação criativa”.
“Se não for possível estabelecer esse grupo de Cáritas, que tenha um análogo”, ressalvou Carlos de Oliveira, citando novamente o documento pontifício e realçando que a caridade e “a sua ação deve ser cuidada, organizada e estruturada tal como o serviço da palavra e da liturgia”.
Aquele dirigente defendeu que a reflexão deve ser feita através da oração. “Se não rezarmos perante as dificuldades que vamos tendo, não encontramos solução, não encontramos caminho”, alertou.
Carlos de Oliveira recordou que os atendimentos devem ser sigilosos. “É na forma como acolhemos e atendemos ou damos atenção à pessoa que está a nossa marca”, alertou, exortando à criação de “uma nova fantasia da caridade”, ou seja, “uma caridade mais criativa face às novas interpelações”, capaz de “criar novas formas de atender”, sendo os seus agentes “mais perspicazes, mais atentos, mais dedicados”.
O encontro foi participado pelas Cáritas paroquiais de São Luís de Faro, da Sé de Faro, de Loulé, de São Brás de Alportel e da Matriz de Portimão.