CONSELHO GERAL DA CÁRITAS PORTUGUESA
A Cáritas Diocesana do Algarve esteve presente no Conselho Geral da Cáritas Portuguesa que reuniu entre os dias 2 e 3 de abril, de 2022, em Fátima. Um encontro que congregou representantes de 18 das 20 Cáritas Diocesanas.
Depois de dois anos de Pandemia a Cáritas em Portugal e no mundo volta-se, agora, também, para as necessidades geradas pela guerra na Ucrânia. Os efeitos deste conflito já se fazem sentir em Portugal de diversas formas, com maior incidência nas famílias mais vulneráveis. D. José Traquina, bispo de Santarém e presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, que preside aos trabalhos, sublinhou isso mesmo na sua intervenção de abertura lembrando, também, que estes impactos se estendem à realidade nacional das organizações sociais.
O Concelho foi informado sobre o trabalho que a Cáritas está a realizar na resposta de intervenção humanitária junto da população vítima deste conflito, no âmbito da campanha “Cáritas Ajuda Ucrânia” que até ao dia 30 de março angariou o valor total de 506 mil euros. Neste contexto foi explicado que a Cáritas Portuguesa segue o mecanismo de atuação da Caritas Internationalis que é feito em três fase: 1) emergência, a fase atual e que tem uma previsão normal de três meses; 2) estabilização e reabilitação, que prevê encargos mais elevados e de médio prazo dirigidos à integração, criação de meios de vida, cuidados de saúde e alojamento; 3) reconstrução, com necessidades mais elevadas de financiamento para o desenvolvimento de projetos a longo prazo. Em resposta à primeira fase, a Cáritas Portuguesa, através da verba angariada, fez já a aplicação de 40 mil euros para a apoio à Cáritas da Ucrânia (20 mil euros) e à Cáritas da Polónia (20 mil euros). Para a resposta às situações resultantes do acolhimento de refugiados em território nacional, foi alargado o programa nacional “Vamos Inverter a Curva da Pobreza em Portugal”.
Este procedimento de atuação espelha a realidade e a missão da Cáritas que não responde apenas perante uma emergência, mas acompanha a realidade das comunidades no seu todo: antes, durante e depois.
Olhando para a atual situação nacional os membros do Concelho fizeram uma leitura transversal da realidade vivida em cada diocese tendo-se evidenciado preocupações comuns: aumento dos pedidos de apoio, com destaque para as pessoas em situação de emprego, mas com rendimentos baixos e a necessidade de desburocratização e maior coordenação entre serviços sociais locais.
Seguindo a ordem de trabalhos e em cumprimento dos procedimentos estatutários, foram aprovados os Relatórios de Atividades e de Contas referentes ao ano de 2021. Da reflexão conjunta ficou sublinhada a necessidade de haver um reforço na forma de comunicação da rede nacional Cáritas nas perspetivas interna e externa.
O Conselho Geral partilhou os impactos da vivência da Semana Nacional Cáritas, que aconteceu de 12 a 20 de março e que ficou marcada pelo regresso à rua do Peditório Nacional Público, entre outras atividades diocesanas e nacionais. Da partilha realizada evidencia-se a boa aceitação por parte da população portuguesa tendo ficado registado um agradecimento a todos os que contribuíram e apoiaram esta iniciativa cujo resultado de angariação está ainda em apuramento.
Como espaço de comunhão de boas práticas os participantes tiveram oportunidade de conhecer com maior detalhe diferentes projetos inovadores em implementação nas Cáritas Diocesanas dos Açores, Braga, Beja, Bragança-Miranda, Santarém, Setúbal, Leiria-Fátima, Lisboa.
A rede Cáritas manifestou a sua solidariedade perante a partilha da Cáritas Diocesana dos Açores sobre a situação vivida na ilha de S. Jorge e o apoio já providenciado, nomeadamente, através do envio de colchões, cobertores e toalhas para as famílias deslocadas.
Este Conselho Geral evocou ainda a memória de Leovegildo Moacho, antigo presidente da Cáritas Diocesana de Lisboa, recentemente falecido.
O Conselho Geral terminou com a celebração eucarística, presidida por D. José Traquina que agradeceu à rede Cáritas o trabalho que está a ser desenvolvido em todo o país e o grande testemunho que a ação social dá à Igreja.
Fonte: Cáritas Portuguesa