Jornadas de Ação Sociocaritativa: Presidente da Cáritas apelou à organização e articulação do serviço social
O presidente da Cáritas algarvia apelou nas XVIII Jornadas de Ação Sociocaritativa da Diocese do Algarve à organização e articulação do serviço dos diversos grupos eclesiais que trabalham no setor social.
“Em ordem a poder ser uma ação constante, harmónica e persistente, com verdadeiro impacto na vida das pessoas e da sociedade é necessário congregar esforços, definir prioridades, para evitar as duplicações e o desperdício de energias e meios”, defendeu Carlos Oliveira no passado sábado no encontro que reuniu 96 agentes da pastoral sociocaritativa de todo o Algarve no Centro Pastoral e Social da Diocese do Algarve em Ferragudo.
Aquele responsável, que considerou “a necessária, indispensável e urgente organização da ação social” “ser um dos caminhos a percorrer”, acrescentou que “também a este nível se revela verdadeiramente fundamental o exercício da sinodalidade”. “Só este exercício me parece poder facilitar as mudanças que são necessárias. Não é mais possível continuar a agir cada um por si. É toda a comunidade eclesial que neste momento se deve sentir interpelada a repensar a sua ação”, afirmou.“Organizados seremos mais capazes de cultivar uma sólida espiritualidade que dê consistência ao nosso compromisso social, baseado nos princípios da Doutrina Social da Igreja que nos fazem estar atentos aos diferentes fatores da situação social que nos é apresentada e que a situação social de cada um nos interpela”, prosseguiu. Carlos Oliveira, que é também o diretor do Secretariado da Pastoral Sociocaritativa da Diocese do Algarve, advertiu também que “a ação caritativa da Igreja não pode ser feita apenas de modo institucional”. “Caso contrário seria uma ONG e não um serviço de irmãos para irmãos”, alertou, acrescentando ser “dever de cada cristão promover a caridade no meio em que vive”. “Não se vive a fé só com orações, preces e boa vontade. Na realidade elas são importantes, mas precisamos de arregaçar as mangas e fazer a nossa parte, a parte que compete a cada um”, lembrou.“Muitas vezes, passamos grande parte do nosso tempo nas nossas igrejas e nas celebrações, mas falta-nos tempo para o exercício da caridade. A fé que professamos não pode ser apenas de louvor e de contemplação, pois o mesmo Cristo que adoramos nos sacrários das nossas igrejas precisa de ser amado, venerado e contemplado no sofrimento e nas dores dos irmãos que sofrem ao nosso lado”, acrescentou, considerando que “mais importante que doar ou desprender-se de alguma coisa em favor dos necessitados é doar-se a si mesmo”.“O corpo de Cristo, na eucaristia, é o mesmo corpo sofrido, perseguido, maltratado e rejeitado, dos nossos irmãos e irmãs com quem nos cruzamos nas ruas da nossa terra. O Cristo Jesus, que nasceu em Belém, está mais vivo nos sofredores da humanidade do que nas imagens dos presépios das nossas casas e das nossas igrejas. É necessário que a nossa caridade se mova para ir ao encontro de Cristo, onde Ele precisa ser amado e cuidado”, prosseguiu, lembrando que a Igreja “não faz caridade como gesto de benevolência, mas como atitude de conversão que é oferecida aos preferidos do Senhor”. Lembrando que ação social “é o sinal duma Igreja-comunhão e de uma igreja em comunidade e missionária”, aquele dirigente disse ainda os grupos de ação sociocaritativa das paróquias são “os responsáveis por levar, transmitir e promover os valores da Doutrina Social da Igreja, para que ela seja
fundamental no compromisso social de toda a comunidade”. “O serviço sociocaritativo na Igreja tem de aparecer como imagem de um todo e não desvinculada da comunidade eclesial”, acrescentou.
Fonte (texto e fotos): https://folhadodomingo.pt/