Conclusões – XIII Jornadas de Acção Sócio-Caritativa
Realizaram-se no dia 15 de Março no Centro Pastoral de Ferragudo da Diocese do Algarve as XIII Jornadas de acção sócio caritativa, sob o tema: “Familia, Crise e Solidariedade” com 97 participantes.
Neste tempo ainda marcado por imensos desafios, que brotam da perda de valores humanos e de uma crise sócio cultural profunda; na perda de identidade e de horizonte requer-se, cada vez mais, uma profunda reflexão, que a fé deve iluminar; mas sobretudo partilha de experiências, que promovam a esperança e dêem consistência, altura e profundidade à dignidade humana, à prática da justiça, aos caminhos da fraternidade e da solidariedade.
Da profunda reflexão do Professor Dr. Manuel Braga da Cruz sublinhou-se que a crise que ainda nos envolve e tarda em se dissipar não é apenas uma crise devida ao endividamento externo do País e ao excesso de uma divida acumulada pelo Estado; não é somente uma crise económico financeira, mas uma crise resultante da perda de consciência do social, crise do Estado, da sua Identidade, do Estado social, de cidadania participativa, de valores fundamentais que sejam a grande afirmação da defesa dos direitos fundamentais da Pessoa humana e dos seus deveres como são profeticamente aprofundados e defendidos ao longo dos tempos pela Doutrina social da Igreja, mormente os valores da subsidariedade, do Bem Comum e da Solidariedade.
Impõe-se no vasto oceano da crise uma cultura de responsabilidade social societária face à insustentabilidade da cultura e solidariedade Estatal. É fundamental o Associativismo cívico. Perante uma sociedade cada vez mais envelhecida, com perda significativa na taxa de natalidade, que não sabe minorar o crescente problema do desemprego é urgente afirmar-se a sustentabilidade do Estado social.
Sendo a Família uma das expressões maiores da reprodução dos afectos é necessário e primordial que se promovam e desenvolvam verdadeiras políticas que olhem para a realidade das famílias como verdadeiros protagonistas e não apenas objectos de intervenção social.
Acolhendo o desafio cristão que o importante é o amor com que se realizam todas as coisas, partilharam-se experiências encorajadoras de esperança da acção sócio caritativa da Igreja a respeito dos idosos, do acolhimento dos jovens em risco e das crianças. Escutaram-se os testemunhos das Instituições dos Centros Paroquiais de Cachopo, Martim Longo e Vaqueiros, do Centro de Bem Estar Nossa Senhora de Fátima e do Centro Infantil Despertar da Caritas Diocesana.
Estas Jornadas constituíram para todos os participantes um enorme desafio e uma proposta urgente para o alicerçar de cada cristão e de cada comunidade/Instituição numa caridade responsável e impulsionadora de novos caminhos de construção de uma nova sociedade onde o amor seja, na verdade, o rosto e o fundamento; amor alicerçado nos valores perenes do Evangelho, acolhido e vivido particularmente na Família, Comunidade de vida, de amor e de fé.
Pe. Carlos Aquino
Assistente Espiritual da Cáritas Diocesana do Algarve