Apresentado no Algarve o projeto que quer descobrir trabalhadores que vivem pobres
A Cáritas Diocesana do Algarve esteve presente no encontro promovido pelo núcleo algarvio da ACEGE com o tema “Semáforo da Pobreza”.
O “Semáforo” é um projeto adaptado pela Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) do Poverty Stoplight, criado em 2013 pela ONG Fundación Paraguaya, o ‘Semáforo – Empresa sem Pobreza’ e que está hoje a ser aplicado também nos Estados Unidos da América e na Europa.
Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
O coordenador do projeto ‘Semáforo’, Diogo Alarcão, que é também membro da direção executiva da ACEGE, veio ao Algarve apresentar aquela iniciativa que pretende identificar as situações de pobreza entre os trabalhadores das empresas e encaminhá-los para uma rede de parceiros que possa dar resposta.
“Não queremos ser mais uma rede. O que queremos é que, através da rede do ‘Semáforo’, possamos encaminhar as pessoas para soluções que elas se calhar não conhecem e que os próprios prestadores de serviços sociais também não conhecem. Vamos fazer a ponte”, afirmou Diogo Alarcão.
Diogo Alarcão assegurou que o projeto – que tem início através de um questionário online assente em 52 perguntas, distribuídas por seis macro dimensões – salvaguarda a proteção de dados e a confidencialidade dos trabalhadores. “A única pessoa que tem acesso à autoavaliação é o próprio que contacta depois a rede ‘Semáforo’ em total confidencialidade e anonimato para procurar ter resposta à sua dificuldade. A empresa nunca saberá a resposta nem os resultados do colaborador”, assegurou, acrescentando que a entidade empresarial receberá apenas “o agregado de todos os colaboradores para perceber se a sua força de trabalho tem mais problemas na área do rendimento, da educação ou da saúde e, eventualmente, tomar medidas para dar resposta”.
Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
Aquele responsável realçou ainda a adesão àquele projeto como “uma boa medida de gestão porque está provado que as situações de pobreza, de stresse ou da falta de rendimento se traduzem em absentismo”.
“O objetivo do ‘Semáforo’ é permitir, através das empresas, que as pessoas que estão em risco de pobreza possam fazer o seu próprio mapa de vida”, garantiu, acrescentando: “temos consciência de que uma empresa não está feita para dar assistência aos seus colaboradores. Acreditamos que também é nosso caminho e que também é isso que nos pedem como empresários e como gestores, à nossa medida e com os nossos meios que são escassos, que possamos fazer alguma coisa por aquelas pessoas”.
Diogo Alarcão disse que neste momento a rede de parceiros do projeto conta já com mais de 20 entidades. “Estamos a trabalhar com as Cáritas Diocesanas, com a Câmara Municipal de Lisboa, mas queremos trabalhar com todas as câmaras para se queiram associar, com as IPSS, e com as ONGs´”, precisou, acrescentando que a terceira fase corresponderá ao alargamento do projeto à escala nacional em 2023/2024.
Leia também a entrevista com Diogo Alarcão.
Fonte: Folha do Domingo