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A Cáritas Diocesana do Algarve assinalou na passada sexta-feira os 50 anos do seu Centro Infantil com o descerramento de uma placa comemorativa e a inauguração de uma exposição fotográfica retrospetiva da sua história.

Na cerimónia, o presidente da Cáritas algarvia lembrou ter sido Marilda Silvestre, também presente, “a pioneira da instituição”. Ao Folha do Domingo, a consagrada da Sociedade das Filhas do Coração de Maria, cuja comunidade no Algarve fica sedeada em Faro, explicou que a iniciativa de criar o Centro Infantil foi da sua congregação. “Mas quem deu a vida a isto fui eu”, complementou, acrescentando que “o objetivo na altura era atender a crianças que não tinham ninguém, provenientes de famílias desfavorecidas, com necessidades básicas de higiene e de alimentação”.

“Os géneros alimentícios vinham dos EUA”, conta, explicando que a instituição começou a trabalhar no bairro da Carreira de Tiro com cerca de 25 crianças e respetivas famílias. “Estive lá 10 anos. Retirei-me porque estava muito cansada. Trabalhei muito sozinha e foi muito difícil e muito duro”, testemunha, reconhecendo o apoio do então padre António Carrilho, atual bispo emérito do Funchal, e lembrando ter sido nessa altura que a Cáritas algarvia assumiu a instituição com a chegada de Rosa Larisma, também da Sociedade das Filhas do Coração de Maria, à presidência da direção, que lançou a construção do atual edifício do Centro Infantil “O Despertar”.

“Sinto-me muito feliz e muita alegria em ver que aquilo que comecei pela raiz, e que foi muito difícil, teve continuidade. Nunca pensei que tivesse esta projeção”, acrescentou Marilda Silvestre.

O bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, também presente na cerimónia, lembrou que as crianças continuam ainda hoje a ser são a razão da instituição.

A diretora do Centro Distrital de Segurança Social considerou que a instituição “continua a fazer um trabalho de excelência na cidade de Faro”. “Certamente que estas crianças, que estão numa casa cujos valores são inspirados nos do evangelho – amor, partilha, solidariedade, misericórdia, compaixão -, levarão uma semente dentro delas e serão uns adultos muito melhores. Muito obrigado pelo trabalho que todos os dias fazem a favor da criança, que certamente será um bom jovem e um melhor cidadão”, prosseguiu Margarida Flores.

O presidente da Câmara de Faro também agradeceu à “instituição excelente” por todo o trabalho social realizado. “Se não fosse a Cáritas e outras instituições que temos no concelho e no país, provavelmente não viveríamos tão bem como vivemos”, afirmou Rogério Bacalhau, lembrando as “muitas gerações” que passaram pelo Centro Infantil é “o melhor exemplo do trabalho” ali realizado. “Este trabalho com as crianças é aquele que maior importância tem no desenvolvimento humano que todos queremos que elas tenham”, completou.

O presidente da União de Freguesias de Faro, Bruno Lage, agraciou a instituição com uma medalha de “agradecimento destes 50 anos de trabalho”.

O presidente da Cáritas Portuguesa, que só conseguiu chegar no final da cerimónia, referiu-se no último domingo àquela instituição considerando tratar-se de uma valência “muito importante para a ação preventiva que a Cáritas é chamada a ter” no combate à pobreza.

Fonte: Folha de Domingo